segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sem resposta.

Pq tudo deu tão errado em nossas vidas? Pq isso mata-nos dia após dia?
Viaje e me de um último abraço. Último de dor, pois o próximo será só de felicidade e amor.
Nem adeus nem até breve. Só um boa noite, te encontro de manhã...
Escrevo isso num momento de crise em pleno trabalho. Onde tds tiveram que se mobilizar em prol... De mim. Eu, a garota problema, que por conta de suas crises, logo acordará sem emprego, sem eira, sem beira. Tudo por conta desse monstro implacável.
Quero levantar, quero te levantar. Quero muito ainda te amar...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cálido monstro

A normalidade não me cabe.
É como uma roupa que tento incessantemente vestir, mas que independe de meu manequim: ela nunca caberá.
Vivo com a mesma veste há anos. 
Vesti-me de um monstro.
Parei para recordar algumas que passei: conclui que foi como viver vestida de lã no verão.

Ontem decidi desnudar-me. 
Ficar nua, encarar-me, tentar livrar- me desse monstro, é um querer tão doido.
Hoje me doeu minha nudez.

Hoje tentei fugir pare além daquele passado cálido...

Mas então olhei para mim, e me vesti de meu mostro costurado de lã.

domingo, 13 de novembro de 2011

Chuva abobada

A chuva cai num clichê tão grande lá fora,
E nesse mesmo clichê ouço uma música que embala minha vontade inexplicável de escrever.
Essa chuva boba, lembra-me que não estou triste,
Nem abalada, nem ressabiada, nem surtada, nem ferrada, nem fodida,
Mas com aquele “que” de sempre...
A chuva me lembra... Não, não me lembra nada,
Mas me desperta algo...
Acho que me desperta certa bobeira...
Lembro que é estranho estar boba por nada,
Estar sem estar sentindo nada, que coisa mais sem graça!!!
Melhor eu ficar calada e escutar o som das gotas cansadas,
Antes que me venha uma angústia desgraçada junto dessa chuva abobada.

sábado, 22 de outubro de 2011

R e s v a l e

A vontade me bate e vai embora
Desejo fazer, refazer, realizar
Há em mim muita ânsia de viver
Dizem que sou amarga, que tenho raiva
Mas o que a vida fez de mim?
O que fiz da vida em mim?
Vivi pouco, que bastou para amargurar-me
Sou nada, nada de tudo que ainda posso me transformar
Posso ser o que quiser
Quero apenas adocicar esse meu jeito rude de olhar
Talvez ainda não saiba ser doce
Sou brava, uma brava mulher sem bravura alguma
A vida me fez inóspita
Mas por enquanto sei que não sou mulher doce

Sou apenas resultado vivido dessa imaculada raiva contida.

domingo, 16 de outubro de 2011

Mundo ácido.

Há dias que vivo em um mundo à parte.
Há dias em que vivo em uma parte do mundo.
Começo a achar que esses pedaços já não me pertencem mais,
E então devoro tudo que está fora de meu alcance.
Os pedaços inalcançáveis fazem um reboliço imenso dentro de mim,
Então sou obrigada a vomitar números debitados em minha pobre conta do banco.
Há dias que meu estômago grita dizendo que a parte do mundo que eu havia devorado não me caiu bem, provocando assim um mal estar imensurável. 
Andam me dizendo que estou um tanto insuportável. Mas afinal, quem suporta viver com uma eterna azia causada pelo mundo? 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

I... mundo

A imensidão é composta de uma multidão imersa de exageros frívolos
A minha imensidão, quero compor de um imenso vácuo arcaico
Observo a realidade se desrealizando
Cores desleais;
Tamanhos irreais;
Seres canibais...
A imensidão devorando uma tão estranha “oquidão”.
Que imenso é esse?
As respostas me são dadas, mas não consigo capta-las...
Se meu ouvido pudesse falar, ele seria mudo.

domingo, 2 de outubro de 2011

Narcisontem

Que espelho que comprou?
Se vestiu de Marlon Brando
De Elvis Presley se penteou
E na noite abalou.
Que mulheres que comprou?
Quantos dedos que findou?
Quantas frases recitou?
Quantas línguas embalou?
Em quantas orgias se enfiou?
Quantas biritas tu pagou?
Em quantos corpos que gozou?
E após tanta lambeção,
Com um espelho se deparou.
Sua gasta imagem lhe flagrou
No sofá se sentou
De algo alcoólico se sedou.
E em sua exaustão
Chegou a duvidar
Que se afogar
De Narciso
é em vão.





terça-feira, 27 de setembro de 2011

Senti...do?

Essa noite tive um sonho estranho. Bem, isso não é nada fora do comum para mim, pois não há uma noite em que eu não tenha um sonho estranho.
Pois bem, nesse sonho, eu empolgada, lia algo que eu tinha escrito para minha mãe, como sempre, ao ler algo que escrevo à alguém, me enrolo por inteira, então perguntei o que achara. Ela me respondera que não fazia sentido algum, que nunca entende o que escrevo. É, realmente ela pegou a essência da coisa. Eu penso que a escrita não tem que fazer sentido, digo um sentido único. Acho que cada um interpreta um texto, um poema, uma poesia, seja lá o que for, de sua maneira... O sem sentindo é uma forma de interpretação. Sei lá, viajei.........
Mas resolvi colocar um texto que escrevi que interpretei como sem sentido. Mas quando o escrevi eu sentia e muito...




"A minha vida: pinguinhos no rosto de um alguém. Eu sou levada, jogada, gastada, chovida. Sou uma senhora jovem que aos 21 tornara- se inapta.
Meus pinguinhos são desgraçados, desgraçados pingos. Sou seca, fria, pálida, amarga, embaralhada em linhas trovejadas.
Meus pingos são compostos de notas musicais. Sou dó, posso ser ré, mas, porém quero gritar um mi para descompensar meus pinguinhos desses rostos invasivos. Ou também quero um fá juntando meus pingos para tornarem-se gotículas, e assim anexarem um algo que, um algo a mais do que um corpo morto: Um tempo atemporal nos corpos miúdos estraçalhando esse carrancudo mundo."







sábado, 24 de setembro de 2011

Augustava vermelha

Ah, minhas noites de Augusta.
Andarilha passeando de bar em bar
Sem casa para entrar
Infiltrava em espelhos para olhar meus cabelos
Assistia meus olhos sem medo
Pintava meus lábios de apelo
Dava dinheiro para mãos sujas
E me enfiava na penumbra
Conversava com quem jamais conhecera
Para assim me pagar uma breja
Abusava de minha sorte de mulher
Para enganar qualquer Mané.
Riamos com os lábios avermelhados
Nos direcionando para o MASP
Em seu dia abarracado.
Assistíamos o sol nascer
Comentando o que acabamos de conhecer.
Sobre o suceder de nossa jornada jucunda.
Um abraço de bom dia, com gosto de boa noite
De adeus daquela Augusta imunda.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Natimorto

Quem foi que comparou a mulher a uma flor?
As flores é certo são delicadas.
Mas as flores, com uma facilidade inexplicável falecem...
Quem foi que ditou que as flores morreriam com tal facilidade?
Esse sincero ser que se reveza de forma intrépida...
Para mim é dito que elas têm mais do que hombridade.
Ah, as flores... Se eu fosse como tal, seria só felicidade.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Atemporal

Tempo, tempo, tempo, tempo. É contra o tempo que me defino: Ora interna, ora externa. Dias que dançam empurrando o ponteiro do relógio. Não quero dançar, só peço para cantar. Vejo pernas brancas, pretas, gordas, magras, andando num ritmo acelerado: uma corrida de salto alto. O tempo tem um cheiro peculiar, cheiro de horas. As horas, cheiro de dia, o dia, cheiro de gasolina. Em meio a essa danceteria vejo-me parada num vácuo que faz um som também peculiar.
Esse vácuo cada vez evacua-me mais e mais e mais e mais. E quando olho, já não vejo. O tempo com cheiro de gasolina me tirou, me queimou... Simplesmente "desexistiu-me".