terça-feira, 27 de setembro de 2011

Senti...do?

Essa noite tive um sonho estranho. Bem, isso não é nada fora do comum para mim, pois não há uma noite em que eu não tenha um sonho estranho.
Pois bem, nesse sonho, eu empolgada, lia algo que eu tinha escrito para minha mãe, como sempre, ao ler algo que escrevo à alguém, me enrolo por inteira, então perguntei o que achara. Ela me respondera que não fazia sentido algum, que nunca entende o que escrevo. É, realmente ela pegou a essência da coisa. Eu penso que a escrita não tem que fazer sentido, digo um sentido único. Acho que cada um interpreta um texto, um poema, uma poesia, seja lá o que for, de sua maneira... O sem sentindo é uma forma de interpretação. Sei lá, viajei.........
Mas resolvi colocar um texto que escrevi que interpretei como sem sentido. Mas quando o escrevi eu sentia e muito...




"A minha vida: pinguinhos no rosto de um alguém. Eu sou levada, jogada, gastada, chovida. Sou uma senhora jovem que aos 21 tornara- se inapta.
Meus pinguinhos são desgraçados, desgraçados pingos. Sou seca, fria, pálida, amarga, embaralhada em linhas trovejadas.
Meus pingos são compostos de notas musicais. Sou dó, posso ser ré, mas, porém quero gritar um mi para descompensar meus pinguinhos desses rostos invasivos. Ou também quero um fá juntando meus pingos para tornarem-se gotículas, e assim anexarem um algo que, um algo a mais do que um corpo morto: Um tempo atemporal nos corpos miúdos estraçalhando esse carrancudo mundo."







sábado, 24 de setembro de 2011

Augustava vermelha

Ah, minhas noites de Augusta.
Andarilha passeando de bar em bar
Sem casa para entrar
Infiltrava em espelhos para olhar meus cabelos
Assistia meus olhos sem medo
Pintava meus lábios de apelo
Dava dinheiro para mãos sujas
E me enfiava na penumbra
Conversava com quem jamais conhecera
Para assim me pagar uma breja
Abusava de minha sorte de mulher
Para enganar qualquer Mané.
Riamos com os lábios avermelhados
Nos direcionando para o MASP
Em seu dia abarracado.
Assistíamos o sol nascer
Comentando o que acabamos de conhecer.
Sobre o suceder de nossa jornada jucunda.
Um abraço de bom dia, com gosto de boa noite
De adeus daquela Augusta imunda.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Natimorto

Quem foi que comparou a mulher a uma flor?
As flores é certo são delicadas.
Mas as flores, com uma facilidade inexplicável falecem...
Quem foi que ditou que as flores morreriam com tal facilidade?
Esse sincero ser que se reveza de forma intrépida...
Para mim é dito que elas têm mais do que hombridade.
Ah, as flores... Se eu fosse como tal, seria só felicidade.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Atemporal

Tempo, tempo, tempo, tempo. É contra o tempo que me defino: Ora interna, ora externa. Dias que dançam empurrando o ponteiro do relógio. Não quero dançar, só peço para cantar. Vejo pernas brancas, pretas, gordas, magras, andando num ritmo acelerado: uma corrida de salto alto. O tempo tem um cheiro peculiar, cheiro de horas. As horas, cheiro de dia, o dia, cheiro de gasolina. Em meio a essa danceteria vejo-me parada num vácuo que faz um som também peculiar.
Esse vácuo cada vez evacua-me mais e mais e mais e mais. E quando olho, já não vejo. O tempo com cheiro de gasolina me tirou, me queimou... Simplesmente "desexistiu-me".