quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cálido monstro

A normalidade não me cabe.
É como uma roupa que tento incessantemente vestir, mas que independe de meu manequim: ela nunca caberá.
Vivo com a mesma veste há anos. 
Vesti-me de um monstro.
Parei para recordar algumas que passei: conclui que foi como viver vestida de lã no verão.

Ontem decidi desnudar-me. 
Ficar nua, encarar-me, tentar livrar- me desse monstro, é um querer tão doido.
Hoje me doeu minha nudez.

Hoje tentei fugir pare além daquele passado cálido...

Mas então olhei para mim, e me vesti de meu mostro costurado de lã.

Um comentário:

  1. Gabi....a normalidade te cabe...não por completo, mas ela está aí, basta procurar.

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